Há uma menina na sinaleira.
A idade se conta nos dedos das mãos
Há um bicho na imundice do pátio
catando comida entre os detritos.
A menina tem um tribunal
às costas e um shopping à frente.
E em todas as sinaleiras há uma menina.
A menina quer comprar pão e leite, coisa impossível.
O bicho quando achava alguma coisa
não examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade.
O coração petrifica-se.
E todos sabem que não há sinal verde
para este país enquanto houver
uma menina na sinaleira.
E o bicho não era uma cão, não era um gato, não era um rato.
O bicho, meu Deus, era um HOMEM!
Textos: Menino na sinaleira / Luiz Coronel e O bicho / Manuel Bandeira
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