terça-feira, 28 de setembro de 2010


Coração farroupilha

Ninguém doma a esperança
liberdade não se encilha.
Galopa livre em meu peito
um coração farroupilha.


Olha a tropa de lanceiros
pela noite adentro avança.
Sob a luz clara da lua
cada estrela é uma lança.


Pelos mares da campanha,
pelas ondas da coxilha,
juntas de bois puxam barcos
da Esquadra Farroupilha.


Pois o Bento não se prende,
não se prende a ventania,
nas fortalezas do Rio
nem nos fortes da Bahia.


Doze homens contra um
não é guerra, é uma guerrilha.
Galopa livre em meu peito
um coração farroupilha.


Vem na rubra cor dos lenços
brava aurora do porvir.
Na Primavera dos Povos
refulge Piratini.


No pendão verde-amarelo
o carmim também cintila.
Tremula no azul do pampa
a Bandeira Farroupilha.


Veio a Paz de Ponche Verde
em gesto nobre e altaneiro.
E o Rio Grande então se fez
farroupilha e brasileiro.


Quando o sonho abre clareiras
o gaúcho segue a trilha.
Galopa livre em meu peito
um coração farroupilha.


Um poema de Luiz Coronel para lembrar uma parte da história gaúcha escrita a ferro, fogo e sangue.

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